18 de set. de 2016

FILHO DA PUTA

Vejo o caos:
Sociedade doente, nua e transparente
Afogam-se dentro da própria mente
Lamentando tanto a maldade
Como o futuro certo que vem pela frente

Estão alienados, presos
 Pelas cabeças com adereços de antena parabólica
Transmitindo sem parar um programa
Onde todos são heróis e coadjuvantes numa outra historia 

Vejo cães adestrados
Fugindo do que é certo com medo de estarem errados
Fazem a apoteose da sexta feira
Onde o entretenimento enaltece:

b e b i d a s, d r o g a s, s e x o

Gerando mais sofrimento
Subnutrindo nossos espíritos
Parece divertido
Por um momento

Inferno:

É segunda feira,
Leseira,
Café e pão com manteiga,
Ônibus lotado, ressaca, amores opacos 
Sem saber se estão mais tensos ou aliviados 

Aram o terreno fértil que se chama Ilusão
E plantam seus sonhos:

Mais produtos para um mundo fabricado
Onde são artificialmente subjugados 
Para serem o que são

Apesar disso continuo são, 
Afinal carregam em parte sua razão

 Por fim, larguei tudo
Me chamam de vagabundo
por não participar desse esquema de corrupção


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