18 de set. de 2016

FILHO DA PUTA

Vejo o caos:
Sociedade doente, nua e transparente
Afogam-se dentro da própria mente
Lamentando tanto a maldade
Como o futuro certo que vem pela frente

Estão alienados, presos
 Pelas cabeças com adereços de antena parabólica
Transmitindo sem parar um programa
Onde todos são heróis e coadjuvantes numa outra historia 

Vejo cães adestrados
Fugindo do que é certo com medo de estarem errados
Fazem a apoteose da sexta feira
Onde o entretenimento enaltece:

b e b i d a s, d r o g a s, s e x o

Gerando mais sofrimento
Subnutrindo nossos espíritos
Parece divertido
Por um momento

Inferno:

É segunda feira,
Leseira,
Café e pão com manteiga,
Ônibus lotado, ressaca, amores opacos 
Sem saber se estão mais tensos ou aliviados 

Aram o terreno fértil que se chama Ilusão
E plantam seus sonhos:

Mais produtos para um mundo fabricado
Onde são artificialmente subjugados 
Para serem o que são

Apesar disso continuo são, 
Afinal carregam em parte sua razão

 Por fim, larguei tudo
Me chamam de vagabundo
por não participar desse esquema de corrupção


12 de set. de 2016

Sincronismo, precognição e paranoia

Há uma linguagem
Em tudo
Ela
deve-se ao nada
Catatonicamente rastreada 

Sou tentado
Uma ridícula cognição dos fatos 
Pressupostos sobrepostos ao passado

Subitamente alterado no espaço
futuro agora é passado

Perdi contato

fui palhaço,
desorientado,
cadarço de amarrar sapato,
suco, 
muco,
piche de asfalto,
estou exausto,
falo,
calo,
abraço
sufocado, 
juntando pedaços
reféns degradados

escolha os fatos,

pois o 'bem' precisa de um advogado.










Escurecer

Uma sombra me contem
Enaltecendo o vazio em mim
Nada pode conter
Essa escuridão sem fim

Inevitável não sentir
Sombras enormes me cercar

Já não sabia mais o que sentia
Mas aquilo mostrava 
O que eu não via:
O vazio consumindo
O que restava de mim

A incerteza é forte
Misturei tudo sem querer
Amor, loucura, morte

È como entrar em meio ao fogo
Só pra derreter
Me entregar
Sem querer