27 de jan. de 2016

LABORATÓRIO - III

      Tenho por natureza perseguir a morte. Usando minhas botas rusticas, mais antigas que esse caminho que ela -a dona morte - percorre, onde o verde é pálido e as arvores anseiam tocar o céu sem sucesso.
Uma perseguição para muitos insensata, afinal a maioria tem apenas uma vida, mas desgraçadamente sou amaldiçoado a levantar todos os dias de um suicídio.
- Que drama!
Exclama a simplicidade, habitante da paz.
- Distante disso.
O Amaldiçoado trilhando seu caminho apertou um cigarro entre os lábios. Seus olhos furtivos buscavam a sensatez de sua natureza, sua expressão retratava o Panico, que logo como um empurrão, invadiu seu rosto dando-lhe um sorriso sádico:
- Não é drama ter um olho obstinado ao destino e o outro em reformar-se, nada há nisso de comovente ou de teatral, é apenas o que sei da morte.